Análise de fatores que motivam a hesitação vacinal infantil contra a COVID-19 no Distrito Federal

Juliana Ribeiro Costa, Lavínia Barbosa da Terra Perígolo, Aline Garcia Islabão

Resumo


A vacinação é uma das medidas mais efetivas de combate a doenças infecciosas,
sobretudo na população infantil e essa foi uma das estratégias utilizadas no combate
contra a pandemia de COVID-19. Entretanto, a hesitação vacinal infantil é uma
realidade, a qual impacta diretamente no controle das infecções, bem como no
número de hospitalizações e complicações pela doença (como a Síndrome Inflamatória
Multissistêmica Pediátrica). A meta de cobertura vacinal infantil contra COVID-19 não
foi atingida na maioria dos estados, inclusive no Distrito Federal (DF). O objetivo deste
estudo consiste em analisar os fatores que motivam a hesitação vacinal infantil contra
o Sars-Cov-2 no DF. Esta pesquisa é um estudo descritivo e qualitativo, a qual
inicialmente aplicou um questionário online pela plataforma Google Forms direcionado
a voluntários que sejam pais e residentes do DF, por meio do método Snowball. Os
resultados principais foram divididos em dois perfis gerais para análise dos dados
obtidos na aplicação do questionário, sendo eles: indivíduos que não vacinaram seus
filhos e indivíduos que os vacinaram, mas mantém crenças sobre a hesitação. Dentre
esses perfis ainda foi possível identificar responsáveis que ainda não vacinaram seus
filhos, mas mantém esse interesse e responsáveis que não vacinaram e não querem
vacinar seus filhos. Além disso, foi realizada uma análise comparativa entre os dados
obtidos e a literatura atual. Nesse sentido, a pesquisa buscou identificar perfis sócio
demográficos dos voluntários, assim como comportamentos e atitudes no que tange à
pandemia e à imunização contra COVID-19. Acerca do primeiro perfil analisado,
nota-se que a maioria dos pais receberam a vacina contra a COVID-19 (85,71%),
entretanto estes não vacinaram seus filhos e 77% destes mantém a decisão de não
vaciná-los. Os voluntários desses dois perfis em sua maioria questionam a eficácia das
vacinas disponíveis, sobretudo no que tange aos seus efeitos na saúde das crianças e à
velocidade de fabricação dos imunizantes. Ademais, os responsáveis que não
vacinaram, em sua totalidade, não se sentem seguros ao vacinar seus filhos, além de
acreditarem na ausência de benefícios na sua aplicação. Ao contrário da literatura, as
questões políticas e religiosas pouco influenciaram na decisão de vacinar ou não os
seus filhos nesta pesquisa. Por fim, a hesitação vacinal infantil contra COVID-19 é
multifatorial, ou seja, esta pesquisa concluiu que os fatores contribuintes para isso são
diversos, especialmente no que tange ao nível de informação acerca da imunização,
bem como ao nível de confiança dos pais em relação à eficácia e à segurança das
vacinas. Outrossim, estes fatores identificados permitem o desenvolvimento de
estratégias favoráveis à adesão nas campanhas de vacinação e consequente melhoria
nos casos de infecções e complicações pelo Sars-Cov-2.


Palavras-chave


COVID-19; hesitação vacinal; pais

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2023.10012

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