Mulheres invisíveis: representações sociais de mulheres lésbicas sobre a vacina contra o Papilomavírus humano

Resumo

O presente estudo teve como objetivo investigar as representações sociais de mulheres
lésbicas sobre as vacinas contra o papilomavírus humano (HPV) e analisar como os
fatores sociodemográficos, crenças pessoais e estigmas sociais influenciam suas
percepções e adesão às vacinações. A pesquisa foi realizada de forma qualitativa com
coleta de dados realizada entre 2023 e 2024 por meio da aplicação de questionário. A
amostra totalizou 41 mulheres, lésbicas, com idade entre 18 e 45 anos, e
compreendendo aspectos como idade, escolaridade, profissão, renda, estado de
residência, e religião. Os dados foram coletados através de um questionário
estruturado a partir do teste de associação de palavras (TALP) como método de coleta
com a incitação de vacinas de HPV e utilizando a análise do discurso do sujeito coletivo
para organização de dados. Os resultados alcançados na presente pesquisa mostram
entendimento sobre a relevância da vacinação. Apesar disso, houve uma variação
significativa no conhecimento sobre o HPV e na percepção sobre sua relevancia
especifica na saúde da comunidade lésbica. O grupo componente da pesquisa
expressou a necessidade de inclusão e visibilidade nas campanhas de saúde. Infere-se
que, apesar da conscientização sobre a vacina, há uma lacuna na propagação e
acessibilidade para mulheres lésbicas. Desta forma, os presentes aspectos podem
proporcionar a Enfermagem e aos demais profissionais de saúde, assim como a saúde
pública a sistematização do acesso ao cuidado do grupo populacional de mulheres
lésbicas, permitindo que as vacinações sejam de entendimento e alcance de todas as
mulheres independente de sua orientação sexual, implicando que seja criado um fator
potencial para o processo-saúde-doença da comunidade lésbica em relação a saúde
sexual.