Saúde da mulher indígena brasileira: prevenção e controle do câncer colo do útero
Resumo
O câncer cervical é o quarto tumor maligno mais comum entre mulheres globalmente,
com maior incidência em países menos desenvolvidos e em populações vulneráveis. A
detecção precoce e a vacinação contra o papiloma vírus (HPV) são essenciais para a
prevenção da neoplasia, mas a cobertura é insuficiente quando se trata de mulheres
indígenas, devido às inúmeras dificuldades encontradas no processo de rastreamento.
Este estudo qualitativo buscou analisar os indicadores de incidência do câncer de colo
de útero e do HPV, assim como identificar os serviços de saúde atuais destinados à
prevenção, controle e tratamento dessas doenças, por meio de análise de fontes
documentais e entrevistas semiestruturadas realizadas com cinco profissionais da
saúde que trabalham com povos indígenas. A partir do estudo observou-se que o
câncer de colo uterino se apresenta como uma das neoplasias mais prevalentes na
população indígena feminina, devido a fatores de risco como a infecção pelo HPV,
sexarca precoce, multiparidade e dificuldades de acesso à informação e serviços de
saúde. Os entrevistados apontaram como os principais obstáculos para o
rastreamento: a dificuldade de implementação de planejamento específico para essa
comunidade, a infraestrutura insuficiente, a falta de recursos e equipamentos
adequados, a falta de orientação adequada aos agentes de saúde e a fragilidade dos
sistemas de registro utilizados na monitoração da neoplasia. Superar essas dificuldades
requer uma abordagem integrada que considere as necessidades específicas das
mulheres indígenas. É fundamental o aprimoramento da infraestrutura de saúde, a
adaptação da comunicação e dos programas de saúde existentes às realidades
culturais, o aumento do acesso a recursos, o aperfeiçoamento do sistema de registro
de dados utilizado atualmente e a implementação de políticas públicas eficazes que
garantam a equidade no atendimento e a promoção da saúde. Destaca-se a extrema
dificuldade em obter informações e referências acerca da população tratada, pela
escassez de fontes epidemiológicas, além da dificuldade de contato com profissionais
da área.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2023.10016
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