Estudo da morbidade causada pelo atraso do tratamento cirúrgico eletivo da colelitíase

Resumo

No mundo todo, a colelitíase é uma doença comum e no Brasil são realizadas mais de 185.000 colecistectomias por ano através do sistema único de saúde. Essa condição é caracterizada pela formação de cálculos na vesícula biliar, os quais são responsáveis pela sintomatologia. Assim sendo, o padrão ouro para o tratamento dessa condição é a colecistectomia. Quanto maior o tempo sem realização da cirurgia maior a chance de complicações mais severas como colecistite aguda, pancreatite, colangite e sepse. Nesse sentido, levando em consideração a prevalência da doença e a possibilidade de um desfecho desfavorável para o paciente, o presente estudo buscou investigar a morbidade causada pela morosidade da colecistectomia eletiva em pacientes diagnosticados com colelitíase no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) em Brasília. Diante do exposto, sabe-se que o atraso das cirurgias eletivas é acarretado por diversos fatores, tanto referentes ao paciente quanto ao sistema de saúde, nesse sentido, recentemente a pandemia da COVID 19 foi um evento expressivo que impactou de forma significativa o andamento das cirurgias eletivas nos hospitais, estas foram adiadas de forma indeterminada, conjuntura a qual expôs a população a maior risco de complicações e aumento da morbidade em pessoas já diagnosticadas com colelitíase. Para análise desse contexto, foram entrevistados 16 pacientes voluntários no Hospital Regional da Asa Norte e foram questionados acerca dos primeiros sintomas, data de procura ao serviço de saúde, marcação de cirurgia e intercorrências durante a espera pela colecistectomia, a fim de avaliar a relação entre o tempo de espera para cirurgia e a ocorrência de possíveis complicações nesse período decorrente da doença biliar, além de evidenciar as causas para essa problemática.