DETECÇÃO SOROLOGICA DE RICKETTSIA DO GRUPO DA FEBRE MACULOSA EM CÃES DO DISTRITO FEDERAL, BRASIL

Bruno Zappalá Santos, Bruno Silva Milagres, Felipe Krawczak, Eduardo Enrique Carvalho Grade Vallejo, Enzo D'Angelo Arruda Duarte

Resumo


A Febre Maculosa Brasileira é uma doença causada por bactérias do gênero Rickettsia, transmitidas através de carrapatos contaminados ao hospedeiro. As riquétsias mais associadas são a Rickettsia rickettssii e a Rickettsia sp. Cepa Mata Atlântica, a primeira relacionada a casos graves da doença, mais comumente encontrado nas regiões Sul e Sudeste, e a segunda, presente no Sul, Sudeste e Nordeste, causa uma forma mais branda da doença. Os principais carrapatos vetores da Febre Maculosa Brasileira são Amblyomma cajennense, Amblyomma aureolatum, Amblyomma dubitatum e Amblyomma ovale, mas qualquer espécie pode ser um reservatório de Rickettsia rickettssi. Os cães são considerados importantes sentinelas para riquetsioses, tal fato se justifica, pois a soroprevalência para Rickettsia rickettsii em cães de determinadas áreas geográficas se aproxima da encontrada em seres humanos. Além disso, existem relatos de casos de infecção em cães e seres humanos ocorrendo simultaneamente, podendo ser explicado pela proximidade que os humanos têm com animais que são hospedeiros de ectoparasitas e da bactéria simultaneamente. O objetivo da pesquisa foi descrever a epidemiologia da Febre Maculosa no Brasil, entre os anos 2014 e 2016, e a sorologia dos cães no Distrito Federal. Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, do cenário dos casos de Febre Maculosa registrados no Brasil, os quais foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e publicados em boletins do Ministério da Saúde e artigos da área médica. Com relação aos aspectos éticos, por se tratar de um estudo baseado em dados secundários e havendo a doação do material biológico, a aprovação no Comitê de Ética animal não foi necessário. Das 50 amostras de soro de cães doadas, foram feitos exames sorológico através de Imunofluorescência Indireta para identificar
anticorpos específicos para riquetsioses mais comuns. Em 20% dessas amostras, apresentaram resultado positivo, dentre os positivos 80% foi identificado a Rickettsia amblyommatis cepa Ac37, 10% foi identificado a Rickettsia parkeri cepa Mata Atlântica e 10% não foi possível identificar qual Rickettsia. Nos anos de 2014 a 2016 ocorreram 457 casos de Febre Maculosa no Brasil, sendo 0,9% na região norte, nenhum óbito relatado; 1,3% no nordeste, letalidade 17%; 72,2% no sudeste, letalidade 54%; 23% no sul letalidade 2%; e 2,6% no centro-oeste letalidade 8%. Acometendo principalmente a faixa etária de 20 a 59 anos, por estarem mais expostos a ambientes silvestres, predominantemente em homens com aproximadamente 64% dos casos, tendo o pico entre agosto e janeiro, temporada de temperaturas mais elevadas, o que faz todas as fases de vida do carrapato se acelerar, logo seu tamanho é reduzido e sua população aumentada. Concluindo que a melhor forma de prevenção é o uso de calças, camisas de manga comprida e botas, de preferencia brancas ou tons claros, aliado com o repelente do vetor


Palavras-chave


Zoonose. Riquetisioses. Epidemiologia.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n2.2016.5592

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