Percepção dos estudantes de medicina do UniCEUB sobre medicina de família e comunidade
Resumo
Fundamentação: A despeito da crescente demanda por médicos de família e comunidade,
estudos nacionais e internacionais demostram pouco interesse dos acadêmicos concluintes por
essa especialidade. Diante desse cenário, torna-se necessário implementar e fortalecer medidas
que estimulem o interesse pessoal do futuro profissional ainda durante o processo de graduação,
visando o aumento do interesse médico pela Atenção Primária à Saúde. Objetivo: Avaliar a
influência de uma matriz curricular que segue as recomendações das Diretrizes Curriculares
Nacionais de 2001 e 2014 na percepção dos discentes de medicina sobre medicina de família e
comunidade e na escolha dessa especialidade como carreira. Método: Estudo qualitativoquantitativo
de cunho exploratório e transversal, realizado por levantamento de dados após
aplicação de questionário semiestruturado contendo três temas: Perfil Socioeconômico;
Percepção do Discente; e Aspirações Profissionais. O critério de inclusão foi ser acadêmico do
primeiro ou do décimo-segundo semestres de medicina do Centro Universitário de Brasília.
Foram excluídos os participantes que estavam em processo de reprovação em disciplinas do
semestre anterior ou aqueles que não quiseram participar. Realizamos, então, análise descritiva,
análise não paramétrica utilizando o teste de qui-quadrado para independência com
aproximações do teste de Monte Carlo e o exato de Fisher, utilizando um nível de significância
de 5%. Resultados: A especialidade medicina de família e comunidade é pouco conhecida por
discentes que estão iniciando o curso, porém muito bem conhecida pelos acadêmicos
concluintes. Dentre os fatores da grade curricular estudados, apenas o contato com um professor
ou profissional modelo médico de família e comunidade foi estatisticamente significante para
a escolha do egresso pela carreira em medicina de família e comunidade, com p-valor de 0,02.
Considerações Finais: Este estudo sugere que o contato com médicos de família e comunidade
e a inserção precoce e contínua na atenção básica durante o curso contribuíram para um maior
entendimento sobre a carreira em medicina de família e comunidade e para um maior interesse
por essa especialidade. Por outro lado, apenas o contato precoce com a Atenção Primária à
Saúde, sem o contato contínuo com médicos de família e comunidade, não parece ter sido
suficiente para estimular uma escolha mais expressiva pela especialização em medicina de
família e comunidade. Uma maior participação de médicos de família e comunidade nas
diversas etapas da formação médica poderia ser uma estratégia para aumentar, de forma
contínua, o contato do graduando com a especialidade
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6393
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