Uso de modelagens espaciais para identificar a prevalência e os padrões de dispersão do vírus da raiva em populações de Desmodus Rotundus no Distrito Federal

Vinícius de Assis Batista, Helena Braz Ferreira Gontijo, Fabricio Escarlate-Tavares

Resumo


Dentre os morcegos neotropicais, o morcego-vampiro-comum (Desmodus rotudus) é uma das espécies mais estudadas. No entanto, no que diz respeito às atividades de migração, deslocamento e prevalência do vírus rábico em populações desta espécie, ainda são necessários diversos estudos. A presente pesquisa teve como objetivo geral avaliar a dispersão do vírus da raiva no Distrito Federal de acordo com os registros da doença em bovinos, por meio de modelos espaciais, e como objetivos específicos levantar informações sobre os casos de raiva em bovinos no Distrito Federal, elaborar mapas temáticos considerando os pontos de registros do vírus rábico e variáveis como presença de rebanhos e corpos d’água e elaborar modelos espaciais e análises estatísticas para compreender a influência das variáveis no padrão de incidência da doença. As análises foram elaboradas por meio de dados secundários de raiva fornecidos pela Secretaria de Agricultura do Distrito Federal referentes aos anos de 2010 a 2020. A partir dos dados de raiva em questão, foram criados modelos espaciais no software ESRI/Arcgis por meio de testes de índice de vegetação de diferença normalizada (NDVI), distribuição de Kernel e um modelo de delimitação de bacias hidrográficas, ambos com os pontos de coordenadas de raiva bovina plotados. Para a análise estatística, foi utilizado o teste de regressão logística com a utilização das variáveis explicativas gado e corpos d’água em conjunto com a variável resposta raiva. Ambos os resultados obtidos por meio das modelagens espaciais evidenciaram a existência de um padrão de distribuição da raiva bovina relacionado com as principais áreas de atividades agropecuárias do DF. Em concordância com os resultados obtidos nas modelagens espaciais, a análise de regressão logística demonstrou que existe uma correlação positiva, entre as variáveis gado e corpos d’água com a variável raiva, de valor igual a 39%, ou seja, a raiva bovina cresce conforme as variáveis também aumentam. Ainda diante dos resultados do teste de regressão, a probabilidade de ocorrência de raiva conforme o aumento de cabeças de gado ou conforme a quantidade alta de corpos hídricos na região, pode chegar a uma taxa de 95% de chance de ocorrência. Portanto, visto que existe uma relação positiva e crescente dos casos de raiva bovina com o aumento de rebanhos de gado, e que ainda estes casos estejam também relacionados com áreas com presença de corpos hídricos, campanhas de vacinação contra a raiva direcionadas àquelas áreas com grandes números de gado e presença de corpos hídricos ocorra com maior frequência de maneira constante.


Palavras-chave


Morcego-vampiro-comum. Modelagem espacial. Raiva.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7446

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