Praças de Brasília: um estudo sobre os espaços públicos coletivos do Plano Piloto

Izabella Mendonça Cavalcante, Junia Marques Caldeira

Resumo


Brasília como cidade modernista, foi planejada em setores, o que influenciou os espaços
públicos, determinando indiretamente as atividades de cada espaço. Apesar dos espaços
públicos coletivos do Plano Piloto sofrerem modificações ao longo do tempo, as demandas
físicas e sociais giram em torno de alguns propósitos específicos, os quais são norteados
pelas escalas de Brasília. Embora o modelo de Brasília tenha sido estudado em vários
aspectos, existem poucos trabalhos investigativos sobre a utilização dos espaços públicos
pela população. Preenchendo esta lacuna, a pesquisa teve como objetivo a análise
urbanística dos diversos modelos de praças existentes no Plano Piloto e seu
desenvolvimento nos dias atuais, sobretudo, diante do debate em torno da qualidade de
vida urbana das cidades contemporâneas, tão em voga nos projetos de requalificação de
espaços públicos. O propósito deste estudo foi analisar os aspectos positivos de atração e
acolhimento dos espaços, bem como os aspectos negativos que desestimulam o seu uso. A
partir de uma abordagem histórica, quatro áreas distintas foram escolhidas para a realização
do estudo: a Praça dos Três Poderes, na escala monumental; a Praça do Compromisso, na
escala gregária; a Praça do Pedestre e o espaço livre da superquadra sul SQS 308,
representante da escala residencial. Essa abordagem permitiu entender a trajetória desses
espaços, resgatar o propósito original concebido por Lucio Costa, e estabelecer os principais
fatores que geraram transformações no uso e apropriação pelos moradores. Uma das
principais estratégias aplicadas no estudo foi a leitura configuracional como método de
análise e compreensão do potencial urbano dos diversos espaços estudados, a sintaxe
espacial, que permitiu a produção de gráficos comparativos entre os espaços. Essa análise
contribuiu, notadamente, para se perceber a relação entre espaço/usuário e destacar como
os espaços construídos afetam o seu modo de apropriação. Deste modo, pode-se inferir,
para o escopo desta pesquisa, que o plano modernista e a setorização em escalas da cidade
de Brasília gerou espaços únicos e consequentemente atividades distintas em cada espaço
público, a praça dos Três Poderes, por exemplo, possui uma atividade voltada para o
turismo e atividades cívicas, já os espaços livres da SQS 308, possui além de atividades
voltadas para o turismo, atividades de introspecção e apreciação à natureza. No entanto, de
modo a ratificar tal metodologia, caberia, em estudos futuros, ampliar a aplicação desta
metodologia para um número maior de áreas, além de avaliar os futuros usos nos espaços
analisados nesta pesquisa, já que o urbanismo e a interação com os espaços públicos estão
em constante mudanças.


Palavras-chave


Praças. Espaço público. Plano Piloto de Brasília.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7511

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