Psicoterapia e diálogo como processos subjetivos: um estudo qualitativo

Bruno Reis Bernardo Cobucci, Valéria Deusdará Mori

Resumo


sta pesquisa teve como objetivo avançar na reflexão acerca do campo das psicoterapias por
meio do estudo de diferentes processos subjetivos que se configuram nessa prática, pensandoa
por uma via dialógica que não se limita ao campo clínico tradicional e ao consultório
privado. Para isso, fundamentou-se na teoria da subjetividade de González Rey, procurando
pensar sobre como essa perspectiva teórica pode fazer contribuições para o campo, discutindo
acerca da psicoterapia para além da sua dimensão técnica e prática, mas também analisando
outros processos de caráter subjetivo que vão se implicando nesse processo. O método
utilizado na pesquisa foi o método construtivo-interpretativo, baseado na Epistemologia
Qualitativa de González Rey, tendo-se realizado dois estudos de caso: um de uma psicóloga
psicoterapeuta, e outro de uma mulher que teve recentemente experiências com psicoterapia
em sua vida. A partir dos casos, foi elaborar que, mais do que pensar o que o faz
psicoterapeuta, no sentido de quais as melhores abordagens e técnicas para cada problema, é
também importante pensar quem o psicoterapeuta é, e como ele configura subjetivamente sua
prática. Pôde-se ver no caso Izabel sobre como ela configura subjetivamente o consultório
como um espaço social de viver, mais do que um espaço clínico, isso associado a uma
admirável criatividade para gerar recursos de carácter dialógico que sensivelmente mobilizam
cada pessoa em sua singularidade própria. Esse caso também permitiu refletir sobre o modo
como a psicoterapia é subjetivada nos diferentes espaços da sociedade, pondo em questão que
representação temos da psicoterapia e, portanto, o que esperamos e fazemos dela enquanto
profissionais. O caso de Julia, por sua vez, permitiu discutir acerca da importância do diálogo
como um recurso fundamental para mobilizar e implicar subjetivamente a pessoa em
psicoterapia. Por fim, foi também possível argumentar sobre como a psicoterapia é uma
prática que vai além do consultório, na medida que importa menos qual é o espaço físico
objetivo, importando mais o modo como esse espaço toma forma na configuração subjetiva da
psicoterapia.


Palavras-chave


psicoterapia, subjetividade, estudo de caso, diálogo

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7512

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