Atitudes frente ao comportamento suicida entre os acadêmicos de enfermagem

Elisa Marina Silva Araújo, Tatiana Bernardes Moreira, Roberto Nascimento de Albuquerque

Resumo


De acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde sobre prevenção do suicídio, mais de 800.000 pessoas morrem por esta causa todos os anos; aproximadamente uma pessoa a cada quarenta segundos. Apesar do suicídio merecer uma atenção especial pelos profissionais de saúde que atendem às pessoas que passaram por esse sofrimento, a literatura tem demonstrado que a existência de associação entre atitudes negativas desses profissionais como preconceito, estigmas e discriminação acarretam em dificuldades em lidar com o a pessoa que cometeu suicídio e, consequentemente, uma diminuição na qualidade da assistência prestada. Frente ao exposto, a presente pesquisa teve o objetivo de verificar as atitudes relacionadas ao comportamento suicida entre acadêmicos de Enfermagem de uma instituição particular de ensino do Distrito Federal. Tratou-se de um estudo quantitativo, descritivo o qual foram aplicados um questionário que apresentava variáveis sociodemográficas e acadêmicas e outro com questões atitudinais frente ao suicídio denominado QUACS – Questionário de Atitudes Frente ao Comportamento Suicida. Os dados foram coletados entre os meses de outubro e novembro de 2019 e tabulados por meio do software SPSS 25 para Windows. Houve a participação de 253 estudantes de enfermagem e, de uma maneira geral, os dados revelaram que os estudantes não apresentaram uma atitude negativa frente à pessoa suicida. As principais atitudes que trouxeram certa dificuldade aos estudantes foram em relação a perguntar sobre o comportamento suicida e isso induzir a pessoa a realizar o ato; se sentirem impotentes diante de uma pessoa que pensa em se matar; falta preparo profissional para lidar com pacientes que passaram por esse sofrimento psíquico da tentativa do autoextermínio; a presença de atitude conservadora e religiosa em relação ao suicídio; crença que o suicídio não está ligado à um transtorno mental; associarem a coragem à pessoa que pensa no suicídio além da necessidade de conversar e da indicação de um psiquiatra como boas estratégias para ajudar a pessoa que tenha um comportamento suicida. Os resultados verificados são preditivos importantes para a criação de estratégias pedagógicas durante o processo formativo desses estudantes. Instituições de ensino, coordenadores de curso e professores devem traçar estratégias de dessensibilização em relação às atitudes que ainda podem atrapalhar o cuidado da pessoa que tem passado pelo sofrimento psíquico do comportamento suicida. Assim, compreender as atitudes dos estudantes da área da saúde, em especial os acadêmicos de Enfermagem, ainda no período de formação, podem promover uma modificação em relação ao entendimento do comportamento suicida, uma assistência de enfermagem livre de preconceitos, fortalecer discussões ampliadas sobre a temática de forma aberta e sem tabus, bem como oferecer um cuidado integral e humanizado. Espera-se que outros estudos possam ser realizados para fomentar a discussão sobre o suicídio e as diversas estratégias de cuidado para essas pessoas que passam ou já passaram por tal sofrimento.

Palavras-chave


Atitude; Suicídio; Estudantes de Enfermagem; Universidade.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7581

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