Prevalência e perfil de sensibilidade a antimicrobianos de uropatógenos em pacientes atendidos no laboratório escola do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) - Distrito Federal

Bárbara Clemente Ribeiro, Hian Delfino Ferreira Da Silva, Luís Eduardo Santos Barros

Resumo


O uso indiscriminado de antibióticos no tratamento das Infecções do Trato Urinário (ITU) funciona como pressão seletiva ao surgimento de resistência bacteriana aos antimicrobianos. Deste modo, este estudo teve como objetivo determinar a prevalência de uroculturas positivas e o perfil antimicrobiano dos organismos encontrados em pacientes ambulatoriais atendidos no Laboratório Escola no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) no Distrito Federal. Foi realizado um estudo transversal retrospectivo, no qual teve como base a análise dos registros laboratoriais de uroculturas realizadas no período entre Agosto de 2017 e Dezembro de 2019. Os selecionados como critérios de inclusão: apresentar crescimento microbiano igual ou superior a 100.000 UFC/mL (Unidades Formadoras de Colônia) na urina, possuir resultado de identificação do agente patogênico e o resultado do teste de sensibilidade aos antimicrobianos. Foram excluídos da pesquisa pacientes com os dados cadastrais incompletos. Durante o período analisado, foram realizados 2.436 exames de urocultura, destes 2.281 foram excluídos do estudo: 2.252 por não apresentarem crescimento bacteriano e 29 não apresentaram ficha cadastral completa ou crescimento microbiano inferior ao selecionado para a pesquisa. Por fim, foram selecionadas para este trabalho 155 uroculturas positivas, dentre as quais 92% (142) pertenciam a pacientes do sexo
femino e 8% (13) ao sexo masculino, com idade média de 48 e 52 anos respectivamente. Dentre a população analisada, foi observado positividade das uroculturas para os seguintes microrganismos: Escherichia coli (78,71%), Klebsiella pneumoniae (7,74%), Proteus mirabilis (4,52%), Streptococcus agalactiae (3,87%), Staphylococcus saprophyticus (1,94%), Staphylococcus haemolyticus e Enterococcus faecalis (1,29%) e Staphylococcus aureus (0,65%). A Escherichia coli foi o microrganismo que apresentou maior prevalência dentre as uroculturas analisadas, de modo que foi avaliado também o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos para tal patógeno. Com exceção da ampicilina e da cefalotina, todos os β-lactâmicos testados apresentaram sensibilidade superior a 80%. A resistência da Escherichia coli a ampicilina foi de 50,82%, enquanto a resistência média aos cefalosporínicos foi de aproximadamente 11,5%, 5,74% a gentamicina. Os derivados quinolônicos apresentaram as maiores taxas de resistência: entre 24,59% e 40,98%. Ao utilizar a associação Trimetoprim e Sulfametoxazol, foi observado 29,51% de resistência. Nas amostras analisadas, não houve resistência aos carbapenêmicos. Com base nos dados avaliados, conclui-se que a Escherichia
coli permanece como o principal microrganismo causador de ITU’s em pacientes ambulatoriais. Com base nisto se faz necessário o planejamento de um esquema terapêutico eficaz, visto que o microrganismo apresenta algum grau de resistência a diversos antimicrobianos utilizados na prática clínica.


Palavras-chave


Infecção do Trato Urinário. Uropatógenos. Resistência bacteriana.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7642

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