Audiovisual apocalíptico: a catástrofe em tempos de pandemia

Bruna de Sousa Duarte, Carolina Assunção e Alves

Resumo


A catástrofe concerne à condição humana nos momentos de decadência, expondo a
fragilidade da vida e a inevitável transitoriedade das coisas. Determina uma interrupção no
curso da normalidade e abala o ordenamento político, econômico e social. A eclosão de uma
pandemia como a de Covid-19 confronta a sociedade com o incontrolável. A arte, então,
oferece-se como receptáculo para a turbulenta experiência humana, dispondo dos meios
para simbolizar o terror e fantasiando maneiras de prosseguir diante da quebra da harmonia
social. O objetivo deste estudo de narrativas audiovisuais próprias de tempos de pandemia é
entender como os produtos representam a realidade ao mesmo tempo em que apresentam
uma forma de lidar e compreender a catástrofe do mundo. Para isso, a pesquisa toma como
base as filosofias de Walter Benjamin (2020a; 2020b) e Susan Sontag (2007) com apoio de
autores que compartilham suas reflexões. Para a análise, foram selecionados: Feito em Casa
(2020), série antológica da Netflix produzida por Pablo Larrain, Juan de Dios Larrain e
Lorenzo Mieli; Amor e Sorte (2020), série de televisão produzida pela TV Globo de concepção
de Jorge Furtado; 5X Comédia (2020), de Monique Gardenberg, série produzida pelo Amazon
Prime Video e Projeto Curta em Casa (2020), do Instituto Criar. Primeiro, busca-se entender o
conceito de catástrofe e seus efeitos sobre a experiência do indivíduo. Em um momento
seguinte, observar a manifestação da doença como fenômeno catastrófico e compreender o
valor simbólico da enfermidade na sociedade, ao analisar a construção do pensamento
metafórico como um processo vivo análogo ao de compreensão do desconhecido.


Palavras-chave


Covid-19; Catástrofe; Doença como metáfora; Audiovisual apocalíptico.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8184

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