Os efeitos de probióticos, prebióticos e transplante de microbiota fecal nas alterações intestinais induzidas por quimioterápicos
Resumo
O câncer, caracterizado pelo crescimento descontrolado de células transformadas, é a principal causa de mortalidade em todo mundo. Tal doença possui como um dos principais tratamentos a quimioterapia, a qual acarreta um desequilíbrio da homeostase intestinal, gerando quadros de disbiose e mucosite. Diante disso, medidas terapêuticas podem ser aplicadas como meios preventivos ou corretivos desse desbalanço, em que se inclui o uso de probióticos, prebióticos e transplante de microbiota fecal. Este trabalho tem como objetivo compreender a influência dos probióticos, prebióticos e transplante de microbiota fecal nas alterações intestinais induzidas por quimioterápicos. Para este trabalho, conduziu-se uma revisão sistemática, com base no protocolo PRISMA, o qual objetiva amplificar a qualidade de revisões sistemáticas. Foram identificados 754 estudos, dos quais 33 foram incluídos nesta revisão. Todos os estudos foram realizados em ratos e foram classificados em baixo risco de viés conforme a ferramenta SYRCLE. A maior parte dos estudos foi conduzida na China (39,3%, n = 13) e o 5-fluorouracil foi o quimioterápico mais utilizado (60,6%, n = 20). O uso de probióticos (81,8%, n = 27) foi o que se mostrou mais eficaz no combate à disbiose e seus sintomas associados, com melhora de quadros diarreicos em todos os estudos que citaram o sintoma. O uso de prebióticos (12,1%; n = 4), por sua vez, não se mostrou eficaz na sua totalidade à restauração da estrutura intestinal, e ineficiente na melhora da perda de peso. O transplante de microbiota fecal (9%; n = 3) se mostrou capaz de corrigir a perturbação da diversidade alfa e beta das espécies da microbiota intestinal induzida por quimioterápicos, assim como atenuar respostas inflamatórias. Conclui-se que o uso dessas terapias possui grande impacto sobre as alterações intestinais acarretadas por quimioterápicos. Faz-se necessário mais pesquisas, principalmente com o uso de prebióticos e transplante de microbiota fecal para que, assim, se possam realizar estudos em humanos e, portanto, futuramente, trazer uma aplicabilidade das técnicas para o cotidiano médico.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8314
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