As relações entre a adaptação acadêmica e as características de personalidade - modelo dos cinco grandes fatores e traços sombrios

Marina Cerceau Silva, Adriana Satico Ferraz, João Gabriel Nunes Modesto

Resumo


A entrada, permanência e conclusão da formação no ensino superior compreendem
aspectos intrínsecos e extrínsecos envoltos pela adaptação acadêmica, construto que
diz respeito à capacidade do estudante em se integrar ao sistema de ensino, sendo
implicado e explicado por variáveis como a personalidade, especificamente pelos
traços que compõem o Modelo dos Cinco Grandes Fatores e o Fator Sombrio da
Personalidade ou Traço D. Diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa foi
investigar as possíveis relações entre a adaptação acadêmica e a personalidade, tendo
em vista o Modelo dos Cinco Grandes Fatores e o Fator Sombrio da Personalidade, em
estudantes universitários. Com os objetivos específicos, buscou-se analisar se a
personalidade do estudante universitário, considerando o Modelo dos Cinco Grandes
Fatores e o Fator Sombrio da Personalidade, tem potencial de predizer a adaptação
acadêmica; e averiguar se existem diferenças na adaptação acadêmica, em razão de
níveis mais altos e baixos dos traços de personalidade do Modelo dos Cinco Grandes
Fatores e do Traço D. Para tal, contou-se com a participação de 231 universitários
provenientes das cinco regiões do Brasil, com idade mínima de 18 anos, matriculados e
frequentando o Ensino Superior. Utilizou-se como instrumentos o Questionário de
Adaptação ao Ensino Superior, os Marcadores Reduzidos da Personalidade e o D-theme
16. Realizou-se a coleta de dados de forma remota e assíncrona, por meio do
Formulário Google. Os dados foram analisados por meio dos softwares JASP e Mplus,
utilizando-se de estatísticas descritivas (medidas de tendência central e análise de
quartis), análise fatorial confirmatória, coeficiente de confiabilidade composta, análise
de correlação r de Pearson e análise de regressão linear (método de entrada). Os
resultados mostraram variação na média da adaptação acadêmica, a depender da
dimensão e do traço de personalidade analisado; correlações estatisticamente
significativas de baixa, média e forte magnitude e direção positiva ou negativa, tendo
em vista diferentes traços de personalidade; tal qual relações preditivas entre os dois
modelos de personalidade para a adaptação acadêmica. Os achados fornecem
indicativos de que o autoconhecimento e autorregulação orientam os estudantes uma
experiência positiva no âmbito acadêmico. Nessa perspectiva, sugere-se a
incorporação de fatores intrínsecos dos estudantes, como é o caso da personalidade,
para a formulação de intervenções por parte das Instituições de Ensino Superior,
voltadas à adaptação ao Ensino Superior em suas multidimensões que perpassam o
estudo, os aspectos pessoais e emocionais, sociais, institucionais e o planejamento de
carreira.


Palavras-chave


vivências acadêmicas; modelo big five; traço D.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2023.9952

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