A preparação das instituições do ensino superior para receber alunos da terceira idade

Amanda de Souza Messias Andrade, Maria Eleusa Montenegro

Resumo


Este trabalho diz respeito à Terceira Idade e teve como objetivo verificar a preparação (física, psicológica e pedagógica) de três Instituições de Ensino Superior para receber, em seus cursos, alunos desta faixa etária. Atualmente, a população da terceira idade tem crescido consideravelmente e, no Brasil, a melhoria das condições de desenvolvimento da população proporcionou um aumento da expectativa média de vida. Apesar de ser um ponto positivo, pode também ser um problema, já que o país e o mercado produtivo não estão adaptados para atender a essa população, em seus problemas ligados à saúde, educação, comércio, indústria, lazer, esportista e cultural, o que se constitui em um grande desafio. O método utilizado neste estudo foi a pesquisa qualitativa, e para análise e discussão dos dados foram utilizados os pressupostos da epistemologia qualitativa proposta por González Rey. O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista semiestruturada, realizada com 15 alunos (de três Instituições de Ensino Superior Particular) e com três gestores (2 de Instituições de Ensino Superior Particular e 1 da pública), todos do Distrito Federal. Não houve seleção prévia dos participantes da pesquisa, sendo o critério para participação o de conveniência. Devido à Covid-19, as perguntas foram feitas por telefone e as respostas gravadas. Antes, foi lido o TCLE e solicitada a aquiescência ou não, de forma oral. Todos os participantes afirmaram se sentir bem, estando na terceira idade, e interessados em aprender. As opiniões sobre o fato de as instituições estarem ou não preparadas para receber alunos da terceira idade foram divergentes. Entretanto, como problemas apontados: muitos idosos não sabem lidar com computador; não há atendimento dos professores de que a cognição do aluno é mais baixa; há pessoas com problemas emocionais; necessidade de mais espaços no estacionamento e letras pequenas nas provas. Apenas um gestor sabia o número de alunos idosos da instituição. Apesar de os gestores dizerem que a instituição está preparada para receber alunos da terceira idade, somente duas das instituições têm bolsa para estes alunos. Notou-se com este trabalho que ainda não há a preocupação das IES com os alunos idosos. Não existe a percepção de que, com o aumento da expectativa de vida, eles estão cursando o ensino superior, como uma segunda graduação ou como a primeira. Os idosos sentem necessidade de voltar a estudar até porque, segundo um deles, o cérebro tem que ficar em atividade. Com relação à adaptação física, pedagógica e psicológica, todos deram a entender que as adaptações não foram realizadas especificamente aos alunos desta faixa etária, mas a todos com problemas, e até afirmaram que eles não diferem dos outros estudantes, sendo tratados como qualquer aluno. Uma instituição afirmou que existem grupos de pesquisa, disciplinas e ações de extensão na área. É muito importante este tipo de pesquisa, para gerar informação para as escolas e para que se preparem. Uma afirmação muito séria percebida foi que alguns disseram que de uma forma geral as universidades não estão preparadas para lidar com as diferenças.


Palavras-chave


IES e terceira idade. Ensino Superior e Idosos. Preparação das IES.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7474

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